Matéria Eurekka

QUANDO A DOR VEM DE ONDE MENOS SE ESPERA: OS SINAIS DE UMA MÃE NARCISISTA
O que é uma pessoa narcisista?
Na mitologia grega, Narciso foi um rapaz que se apaixonou pelo reflexo da própria imagem. Todas as versões terminam na morte do jovem, variando só no modo como isso aconteceu. O termo narcisismo tem origem nesse mito grego, e além de usado para descrever um traço de personalidade, também dá nome a um transtorno que tem ganhado visibilidade nos últimos anos e foi recentemente incluído no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais.
É importante lembrar que o Transtorno de Personalidade Narcisista (TPN) não faz referência ao traço de personalidade natural. Uma pessoa com essa doença tem uma percepção tão grandiosa de si mesma que acha que ninguém é qualificado à sua altura: é o egocentrismo em seu nível mais extremo. A convivência com um Narcisista não costuma ser fácil, especialmente quando o portador do Transtorno é a mãe da família.
É extremamente comum a crença de que toda mãe é perfeita e sagrada, oferecendo um amor incondicional e inabalável a seus filhos. Por causa disso, um diagnóstico de um transtorno como o Narcisista é extremamente desgastante para os filhos, uma vez que o senso comum diz que “não importa o quão terrível sejam os seus pais, você deve amá-los e respeitá-los”. Assim, os filhos se sentem reprimidos ao reclamar dos pais e muitas vezes não enxergam o transtorno da mãe, achando que todos os pais têm aquele tipo de atitude.

Então, como saber se minha mãe é narcisista?
Na dinâmica Narcisista, um filho tem o único propósito de agradecer a sua existência, servindo a mãe o tempo inteiro. Independentemente da idade, o filho tem um amor condicional da mãe: isso significa que, uma vez contrariada, ela o pune. As técnicas de punição variam, e muitas vezes não são conscientes: a punição pelo silêncio, tratar o filho com frieza ou usar o que ficou conhecido como “assovio de cão” – um comentário ou palavra que ofende muito a vítima, mas parece inofensivo aos olhos de quem ouve, são alguns exemplos. Além disso, as mães Narcisistas costumam diminuir ou ignorar as conquistas dos filhos e impor regras sem fundamento.
Filhos de mães narcisistas são enxergados por elas como posses. Quando mulheres, é comum serem vistas como “ameaças”; então, a mãe adota estratégias de humilhação e diminuição da autoestima da filha. Quando há mais de um filho, o que se observa na maior parte dos casos é que um deles é o “dourado”: filho que recebe todo tipo de mimo e agrado por parte da mãe Narcisista. Ao filho maltratado, o termo adotado é “bode expiatório”: as ofensas e agressões são todas direcionadas para ele.
Para se ter uma ideia do quão difícil a convivência com uma mãe portadora de TPN pode ser, basta citar que o grau mais profundo desse transtorno é comparado por alguns especialistas com a psicopatia, e não é passível de tratamento – a Narcisista acredita ser tão perfeita e razoável que não precisa de auxílio, nem mesmo psicológico.
Em livros e relatos sobre o assunto, filhos de mães com esse transtorno sempre descrevem a sensação de falar e se relacionar com a mãe como “pisar em ovos”: tudo o que você faz ou fala é motivo de ataques, piadas ou críticas severas. Além disso, tudo que o filho faz precisa colocar o bem-estar da mãe narcisista em primeiro lugar: em situações como o término de um relacionamento abusivo, por exemplo, os filhos relatam que a mãe ficou bastante insatisfeita quando o abusador em questão tinha um alto poder aquisitivo, já que esse fato beneficiava a mãe indiretamente.
Finalmente, outro ponto importante é a imensa capacidade de manipulação: o filho de uma mãe narcisista vai se sentir amado e querido quando ela achar que, dessa forma, vai conquistar vantagens: econômicas, sociais ou até familiares: a famosa vida em função das aparências. Assim, todos ao redor dificilmente enxergam a mãe narcisista como ela é de verdade; frequentemente, ela na verdade é tida como “guerreira”, amorosa e amável.

Como procurar ajuda, então, se eu percebo ou desconfio ser filho de uma mãe narcisista?
Em primeiro lugar, é importante lembrar que a mãe Narcisista já tinha o transtorno antes da maternidade e muitas vezes veio de um lar abusivo também. Se o grau de Transtorno não permite que ela enxergue a necessidade de um tratamento, é ainda mais fundamental que o filho procure acompanhamento psicológico para si.
Um filho de uma mãe narcisista sofre em nome de um amor de mãe observado em lares saudáveis. O problema é que, incapaz de sentir empatia pelos filhos ou amá-los incondicionalmente, a mãe Narcisista passa a vida impondo suas vontades aos filhos, sempre insatisfeita.
Atualmente, existem grupos de apoio para filhos de mães narcisistas em redes sociais. Mídias como podcasts e textos também têm abordado o tema com frequência, fazendo com que os filhos percebam com mais facilidade o transtorno da mãe. No entanto, para conseguir autonomia, trabalhar a autoestima e lidar com os inúmeros traumas frutos da convivência com a mãe Narcisista, quem convive com ela também precisa de acompanhamento psicológico.
Em estudos de caso e publicações como Prisioneiras do Espelho – um livro direcionado às vítimas de mãe narcisista escrito pela terapeuta Michele Engelke e outros livros, a terapia comportamental é bastante incentivada. Uma vez que o filho de mãe narcisista cresce acreditando que só é merecedor de amor se atender a condições e expectativas específicas, a terapia trabalha a solidificação da personalidade da pessoa para que ela entenda que já é merecedora de amor, além de sedimentar suas vontades e construir hábitos saudáveis, muitas vezes negligenciados em razão da constante busca por aceitação.
No livro “Mothers Who Can’t Love”, de Susan Forward, a terapeuta relata casos em que a mãe narcisista se sentiu pessoalmente ofendida com a gravidez da filha, e como o processo de descoberta desse evento foi descoberto de forma espontânea na terapia. A autora ainda traz cerca de 25 casos similares que atendeu durante os anos no consultório, sempre traçando os pontos em comum e mostrando como o tratamento trouxe melhoria na qualidade de vida das vítimas.
"No entanto, para conseguir autonomia, trabalhar a autoestima e lidar com os inúmeros traumas frutos da convivência com a mãe Narcisista, quem convive com ela também precisa de acompanhamento psicológico."
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